A Copa América é a competição de seleções mais importante do nosso continente. A última edição foi realizada no Brasil, em 2019 e contou com a participação das seleções do Catar e do Japão, que junto com os 10 países federados a Conmebol, disputaram a competição, vencida pelo Brasil.
Aqui vamos conhecer a história, as grandes seleções e as curiosidades sobre os grandes astros e estrelas do futebol que disputaram e venceram (ou não) essa importante competição sul americana.
Será que Pelé, Maradona e Lionel Messi venceram a Copa América? E quanto a Ronaldo Nazário, Luis Suárez e Ronaldinho Gaúcho?
História da Copa América
A primeira edição da Copa América reconhecida pela Conmebol aconteceu em 1916, na Argentina, com a participação de apenas 4 seleções: a Argentina, o Brasil, o Chile e o Uruguai, sagrando-se este último, campeão da competição.
Curiosamente, a própria Conmebol foi fundada em meio a essa competição, sendo criada pelas seleções participantes no dia 09 de Julho de 1916.
No ano seguinte, foi realizada a segunda edição da competição, dessa vez com sede no Uruguai e a celeste ficou novamente com o título.
O Brasil sediaria a sua primeira Copa América em 1919, na terceira edição, e conquistaria também seu primeiro título continental, ao vencer os bicampeões uruguaios pelo placar de 1 x 0.
Em 1920 foi a vez do Chile sediar a competição e o Uruguai voltou a ser campeão, chegando ao terceiro título, em 4 disputados.
A partir de 1921 iniciou-se então o ingresso dos demais países na confederação. O primeiro foi o Paraguai, em 1921, seguido do Peru em 1925, da Bolívia em 1926, do Equador em 1927, da Colômbia em 1936, e por fim a Venezuela em 1952.
Entretanto, após a primeira copa do mundo, realizada no Uruguai em 1930, houve divergências entre as federações da Argentina e do Uruguai e a competição deixou de ser realizada por vários anos. Posteriormente, a falta de organização e regularidade do torneio fez com que algumas edições fossem por muito tempo consideradas não oficias pela Conmebol, reconhecidas apenas décadas depois. Ou seja, a velha desorganização da Conmebol desde as suas origens.
Depois da edição de 1967, a Copa América não foi realizada durante 8 anos. Em 1975, o evento foi retomado e não tinha país sede, sendo jogado em todos os países participantes. Esse formato permaneceu até 1987, quando a Conmebol decidiu retomar o formato com país sede definido.
Assim, entre 1987 e 2001, o torneio passou a ser realizado a cada 2 anos, sempre alternando o país sede entre as 10 confederações afiliadas a Conmebol.
Depois, entre 2001 a 2007, o torneio passou a ser disputado a cada 3 anos e, a partir de 2007, a cada 4 anos, tendo como exceção, o evento especial comemorativo ao centenário do torneio em 2016. Excepcionalmente em 2020 haverá uma nova edição da competição, para alinhar a realização da Copa América com a edição da Eurocopa.
Todos os campeões da Copa América
Ano | Campeão |
---|---|
1916 | Uruguai |
1917 | Uruguai |
1919 | Brasil |
1920 | Uruguai |
1921 | Argentina |
1922 | Brasil |
1923 | Uruguai |
1924 | Uruguai |
1925 | Argentina |
1926 | Uruguai |
1927 | Argentina |
1929 | Argentina |
1935 | Uruguai |
1937 | Argentina |
1939 | Peru |
1941 | Argentina |
1942 | Uruguai |
1945 | Argentina |
1946 | Argentina |
1947 | Argentina |
1949 | Brasil |
1953 | Paraguai |
1955 | Argentina |
1956 | Uruguai |
1957 | Argentina |
1959 | Uruguai |
1959 | Argentina |
1963 | Bolívia |
1967 | Uruguai |
1975 | Peru |
1979 | Paraguai |
1983 | Uruguai |
1987 | Uruguai |
1989 | Brasil |
1991 | Argentina |
1993 | Argentina |
1995 | Uruguai |
1997 | Brasil |
1999 | Brasil |
2001 | Colômbia |
2004 | Brasil |
2007 | Brasil |
2011 | Uruguai |
2015 | Chile |
2016 | Chile |
2019 | Brasil |
Maiores campeões da Copa América
Uruguai – 15 títulos (1916, 1917, 1920, 1923, 1924, 1926, 1935,1942, 1956, 1959, 1967, 1983, 1987, 1995 e 2011)
Argentina – 14 títulos (1921, 1925, 1927, 1929, 1937, 1941, 1945,1946, 1947, 1955, 1957, 1959, 1991 e 1993)
Brasil – 9 títulos (1919, 1922, 1949, 1989, 1997, 1999, 2004, 2007 e 2019)
Paraguai – 2 títulos (1953 e 1979)
Peru – 2 títulos (1939 e 1975)
Chile – 2 títulos (2015 e 2016)
Colômbia – 1 título (2001)
Bolívia – 1 título (1963)
Leia também: Guia da Copa América 2019
Seleções e personagens da Copa América
Maiores artilheiros
O maior artilheiro da história da Copa América é o argentino Norberto Mendéz, que disputou a competição na década de 40 e marcou 17 gols. Tucho, como era conhecido, é considerado até hoje como um dos maiores jogadores da história do futebol argentino, e jogou pelo Huracan, Racing e Tigre, todos da Argentina.
Também o brasileiro Zizinho marcou 17 gols na competição, disputando, entretanto, o dobro de edições e jogos que o goleador argentino. Zizinho disputou 6 edições entre 1942 e 1957 e jogou 33 jogos.
A lista dos principais artilheiros históricos da competição tem:
1. Norberto Mendez (Arg)
Zizinho (Bra) – 17 gols
3. Severino Varela (Uru)
Teodoro Fernandez (Per) – 15 gols
5. Gabriel Battistuta (Arg)
Juan Manuel Moreno (Arg)
Hector Scarone (Uru)
Ademir de Menezes (Bra)
Jair (Bra) – 13 gols
10. Roberto Porta (Uru)
Angel Romano (Uru) – 12 gols
O brasileiro Didi marcou 11 gols na história da competição e Ronaldo Fenômeno, marcou 10 vezes, em 3 edições que disputou.
Seleções marcantes
Brasil 1989
Em 1989, o Brasil voltava a sediar uma Copa América e amargava um jejum de 40 anos sem vencer a competição. Após uma fase onde as 10 seleções participantes foram divididas em dois grupos, classificando-se os dois primeiros de cada grupo a um quadrangular decisivo, Brasil e Uruguai chegaram ao ultimo jogo empatados em todos os critérios: pontos, vitórias, gols marcados, gols sofridos e saldo de gols. O vencedor seria campeão. E com um gol do baixinho Romário aos 4 minutos do segundo tempo, o Brasil bateu o Uruguai e conquistou a Copa América depois de 40 anos.
Time do Brasil na decisão: Taffarel, Josimar (Valdo), Aldair, Mauro Galvão, Ricardo Gomes e Branco; Dunga, Mazinho, Silas (Alemão); Bebeto e Romário. Treinador: Sebastião Lazaroni.
Argentina 1991
Em 1991, a Argentina conquistou de forma invicta a Copa América pela 13ª vez, pondo fim a um jejum de nada menos que 32 anos sem conquistar a competição continental.
Depois de vencer todos os jogos na fase de grupos, a Argentina juntou-se ao Brasil, Chile e Colômbia para a disputa da fase final, em um quadrangular, onde o maior pontuador seria o campeão. A seleção Argentina venceu o Brasil pelo placar de 3 x 2, empatou com o Chile em 0 x 0 e no último e decisivo jogo, venceu a Colômbia pelo placar de 2 x 1 com gols de Battistuta e Simeone, sagrando-se campeã. O Brasil ficou com o vice-campeonato.
Escalação Argentina do último jogo: Goycochea, Sergio Vázquez, Basualdo, Ricardo Altamirano e Ruggeri; Astrada, Gatti e Simeone; Leo Rodrigues (Giunta) Caniggia e Battistuta. Treinador: Alfio Basile.
Colômbia 2001
A Colômbia conquistou a Copa América em uma única oportunidade, e aconteceu em 2001, quando ela própria foi o país sede. Essa edição da Copa América foi marcada pela ausência da seleção argentina, que negou-se a disputar a competição alegando que o país sede não apresentava condições de segurança adequadas para a realização do torneio. Além disso, a competição contou com a presença das seleções de Honduras, México e Costa Rica, além das demais 9 seleções latino americanas tradicionais.
E a Colômbia conquistou a competição vencendo absolutamente todos as partidas que disputou (6 no total) e sem sofrer um único gol.
A Colômbia venceu o México na final, pelo placar de 1 x 0, gol do zagueiro Ivan Córdoba, imortalizado na Internazionale de Milão como um dos maiores zagueiros da história.
Time da final: Cordoba, Ivan Cordoba, Yepes, Bedoya e Ivan Lopez; Giovani Hernandez (Molina), Elkin Murillo, Juan Carlos Ramirez, Vargas e Freddy Grisales; Aristizabal (Jairo Castillo). Treinador: Francisco Maturana
Brasil 2004
O Brasil foi campeão da Copa América em 2004, na competição que ficaria marcada pelo gol salvador de Adriano Imperador, aos 48 minutos do segundo tempo, na grande decisão contra a Argentina, quando o Brasil perdia por 2 x 1 e o gol de empate levaria a decisão para os pênaltis, onde o Brasil venceu por 4 x 2.
Time da final: Julio César, Maicon, Luisão, Juan e Gustavo Nery; Kleberson, Renato, Edu e Alex; Adriano e Luís Fabiano. Treinador: Carlos Alberto Parreira.
Chile 2015/16
Até o ano de 2015 o Chile jamais havia conquistado uma Copa América. E não bastou com vencer apenas uma edição da competição, os chilenos aproveitaram o bom momento e venceram logo duas competições na sequência, incluindo a edição que celebrava o centenário da Copa América, 100 anos depois da primeira realização do torneio que foi em 1916.
A geração de Cláudio Bravo, Isla, Vidal, Vargas e Alexis Sanchez entrou definitivamente para a história do futebol chileno ao vencer duas edições consecutivas da Copa América, a primeira em 2015, sediada no próprio Chile e a edição comemorativa ao centenário, realizada nos Estados Unidos em 2016. E curiosamente, nas duas edições, o Chile foi campeão vencendo a Argentina na final, e nas cobranças de penalidades.
A final de 2016 ainda ficou marcada pela declaração de Lionel Messi, de que não jogaria mais pela seleção Argentina, após desperdiçar a sua cobrança e ver a seleção azul celeste derrotada nas penalidades máximas.
Chile na final de 2015: Claudio Bravo, Isla, Medel, Francisco Silva e Beausejur; Marcelo Díaz, Aranguíz, Valdívia e Vidal; Vargas e Alexis Sanchez. Treinador: Jorge Sampaoli.
Chile na final de 2016: Claudio Bravo, Isla, Medel, Gonzalo Jara e Beausejur; Marcelo Díaz, Aranguíz e Vidal; Fuenzalida, Vargas e Alexis Sanchez. Treinador: Juan Antonio Pizzi.
Grandes jogadores que não venceram a Copa América
Pelé
O brasileiro, maior jogador de todos os tempos e rei do futebol, nunca venceu uma Copa América. O craque disputou apenas uma edição da competição, em 1959, na Argentina, e os anfitriões ficaram com o título. Ainda assim, Pelé foi artilheiro da competição, depois de marcar 8 gols nas 6 partidas que disputou.
Maradona
Da mesma forma que Pelé, Maradona, o maior jogador argentino de todos os tempos, jamais conquistou a Copa América. Maradona chegou a disputar três edições da competição, em 1983, em 1987 e em 1989, e a seleção argentina nunca passou de um quarto lugar.
Maradona marcou gols apenas na edição de 1987, disputada na Argentina. Nessa edição, ele marcou contra o Peru e dois contra o Equador, mas não foi capaz de evitar a derrota de 1 x 0 para o Uruguai na semi-final e ficou pelo caminho.
Lionel Messi
Mais um grande craque que jamais venceu a Copa América. Messi foi vice campeão em 2007, ao perder para o Brasil na decisão. Em 2011, quando a Argentina foi país sede e era esperada a consagração de Lionel Messi pela seleção, teve um rendimento muito abaixo do esperado e foi duramente criticado pela imprensa argentina, que viu o Uruguai ficar com o título.
Então veio a sequencia de derrotas para os chilenos: em 2015 na edição no Chile, Messi foi o único a acertar a cobrança de penalidade na decisão contra o Chile, que venceu por 4 x 1 e ficou com o título. E em 2016 a historia se repete e mais uma vez, a decisão vai para os pênaltis entre Chile e Argentina. Messi então, erra a sua cobrança, a Argentina perde por 4 x 2 e ao final do jogo, o craque argentino anuncia sua despedida da seleção com as seguintes justificativas:
“É incrível, mas não dá. Não passamos outra vez nos pênaltis. É a terceira final seguida. Nós buscamos, tentamos. É difícil, o momento é duro para qualquer análise. No vestiário pensei que acabou para mim a seleção, não é para mim. É o que sinto agora, é uma tristeza grande que volto a sentir. Foram quatro finais, infelizmente não consegui. Era o que mais desejava. É para o bem de todos. Por mim e por todos. Muitos desejam isso. Não se conformam com chegar a final, nós também não nos conformamos. Perdemos outra vez nos pênaltis.”
Messi reconsideraria mais adiante, sua decisão de não atuar mais pela seleção.
Grandes jogadores que venceram a Copa América
Ronaldo Nazário
Ronaldo Fenômeno disputou três edições da Copa América e venceu duas.
Na sua primeira participação, em 1995, o Fenômeno ainda era uma promessa, fez parte do grupo que disputou a competição, mas sem espaço, jogou pouco e não marcou gols.
Na sua segunda participação, em 1997, na Bolívia, Ronaldo era titular da seleção, marcou 5 gols, e ajudou o Brasil a conquistar o título vencendo a Bolívia na decisão, na altitude de La Paz, marcando um dos gols na vitória por 3 x 1. Foi ainda eleito o melhor jogador do campeonato.
Em 1999, agora no Paraguai, Ronaldo novamente marcaria 5 gols, inclusive 1 na final contra o Uruguai, quando o Brasil venceu por 3 x 0. Rivaldo marcaria os outros dois gols da partida. Só não repetiu o feito de ser eleito o melhor jogador do campeonato, prêmio que foi dado a Rivaldo.
Após sucessivas lesões, Ronaldo ficou afastado da seleção retornando apenas para conquistar o mundo em 2002, sob o comando de Felipão, vencendo a Copa do Mundo do Japão e Coreia. E não disputou mais nenhuma edição da Copa América.
Ronaldinho Gaúcho
O cartão de visitas de Ronaldinho Gaúcho para o mundo pela seleção brasileira deu-se justamente em uma edição de Copa América. Embora já tivesse estreado pela seleção em um amistoso contra a Letônia, 4 dias antes, foi na sua estreia pela Copa América de 1999, então com 19 anos, que Ronaldinho Gaúcho, ao entrar no decorrer da partida contra a Venezuela, deu um chapéu no primeiro zagueiro, um tapa na bola para desfazer-se do segundo defensor e acertar um belo chute a gol, marcando um golaço na vitória de 7 x 0 sobre a Venezuela. Nascia um novo craque para a seleção brasileira.
A Copa América de 1999 foi a única disputada por Ronaldinho Gaúcho e ele ficou com o título.
Luis Suárez
O craque uruguaio e do Barcelona, disputou apenas uma edição da competição, em 2011, quando conquistou o título, ao vencer a seleção argentina na decisão pelo placar de 3 x 0, marcou 4 gols no torneio, deu 2 assistências e terminou a competição eleito como o melhor jogador da Copa.
Eu sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes, e vindo do interior. Um dos milhões de apaixonados por futebol nesse quintal chamado terra. Torcedor do Grêmio no Brasil, do Racing na Argentina e do Millonarios na Colômbia, vivi em 5 países da América Latina e conheci o futebol latino na sua raíz. E aprendi a ler o jogo.
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